Exposição Via Crucis

post-via-crucis

Martins de Porangaba: fusão de emoções, fantasia e sensibilidade.

Imagens firmes de estruturas definidas com cores que transmitem luzes e radiadas, constituem a essência das obras de Martins de Porangaba em seu livro, dedicado à Via Crucis.

Seus personagens bíblicos se imprimem sob a tela, com um rigor de síntese, que não deixam margem ao vago ou ao incerto: São sim, o resultado de uma operação estilística, onde as dificuldades servem a dar penetrante energia à sua linguagem que nasce de uma extraordinária tensão plástica, que governa suas obras.

Entretanto, devemos ressaltar que não se trata de uma regra “a priori” que precede o processo criativo. A que o artista obedece, surge da fusão de suas emoções, do brilhantismo de sua fantasia e do exercício de sua inteligência. Em outras palavras, ela surge da atividade do seu ser, aberto à sensibilidade e ao conhecimento do mundo.

É o entrelaçar dessas faculdades interiores, que deram vida à essa linguagem intensa e nítida, na regra do seu estilo. Trata-se também da razão pela qual, em suas imagens, uma espécie de intelectual sentido metafísico, consegue conviver e até mesmo, se identificar com o mais vivo sentimento da história Cristã e com a consciência do presente.

Precisamos lembrar que as alterações cromáticas de Martins de Porangaba são uma intervenção fantástica, mas no sentido de uma expressividade interior aprofundada pela exemplificação das formas, que tende na busca de uma emoção não elaborada, forte e simples, e que o conjunto revela a transfiguração que o pintor opera sobre a realidade escolhida para nos oferecer o seu ideal, na qual a exemplificação que corrói as formas, busca também, a purificação.

Nas obras deste artista, entre o forte marco da construção volumétrica, se insere o traço para a criação da figura. A composição cromática e o jogo claro e escuro, encontram o parâmetro e a plena fusão. A ânsia da dimensão Cristã, que nas telas do artista está presente como uma exigência urgente e estimulante, revela a maturidade artística de Martins de Porangaba.

Emanuel von Lauenstein Massarani
Crítico de arte e Presidente do IPH, Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo

Data: de 26 de outubro até 25 de novembro de 2018
Local: Mosteiro de São BentoMosteiro de São Bento
Largo de São Bento, 48 | Centro | São Paulo | SP
CEP: 01029-010 | www.mosteiro.org.br

Comments are closed.