Na segunda metade dos anos 1970, Martins passou a dar mais espaço em sua pintura à figura humana. O artista enveredou para soluções cubistas, afastando-se de um modelo confortador de pintura como o de Matisse, para se aproximar de um outro, perturbador, como o de Picasso em algumas de suas telas da respectiva fase, passando pelo de Braque. Sua pintura passou a dar grande ênfase à forma. Tornou-se introspectiva, com acentos expressionistas.
Este comportamento, por nós interpretado inicialmente como resultante, em parte, de problemas existenciais, merece agora uma abordagem mais abrangente. O ano de 1976 foi muito importante para os rumos que tomariam a obra de Martins. Afirma o artista: “Eu estava pintando auto-retratos porque queria aprender a pintar a figura humana, e digo que, para tal, o auto-retrato é o meio mais confortável porque você não precisa combinar ou marcar hora com o modelo. Quando você senta na cadeira e olha para o espelho, o modelo está lá sem problemas”.
Enock Sacramento
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