Martins de Porangaba sempre manifestou interesse pela música. Nos anos 1980, instalou no ateliê da Rua Saturnino de Brito, um sistema de som que era ligado quando ele abria a porta. Assim, entrava no ateliê ao som da música que continuava durante todo o tempo em que lá permanecia. Por perto, sempre um violão, que aprendera a tocar na adolescência. E que aparece em numerosos desenhos e pinturas da época. O artista é fascinado pelo tango desde criança mas, segundo confessa, nunca tinha pensado nele como um tema para sua pintura.
Em 2003, todavia, procurou a Academia Tango B’Aires, em São Paulo, a fim de aprender a dançar tango. Tornouse aluno dos professores argentinos Carolina Udoviko e Omar Forte. Com o tempo, esse envolvimento acabou por transformar a dança tangueira em referência para o desenvolvimento de toda uma série de desenhos, pinturas e desenhos-pintura que absorveram a atenção do artista por alguns anos.
Na Academia, conheceu um pouco mais a história do tango, dança que tem origem em bairros pobres e suburbanos de Buenos Aires, na segunda metade do século XIX, a partir de raízes africanas, européias – sobretudo espanholas – e crioulas. O nome tango derivaria de tambo ou batuque. Teria surgido da fusão do candombe, da habanera e da milonga, resultando numa figuração rítmica peculiar de coreografia dramática. Inicialmente música de prostíbulos, dos bairros periféricos, o tango tinha não raro letras chulas e era dançado por homens. As primeiras composições assinadas datam da década de 1910 e se inserem no que ficou conhecido como a Velha Guarda do Tango.
Enock Sacramento
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